17
junho
12h
Histórias de um jardim imaginário biodiverso e multicultural. Bom Retiro, São Paulo-SP, outono 2016.
O multiculturalismo habita muitas metrópoles e incide também nas práticas de agricultura urbana, da jardinagem à horticultura. Tradições étnicas e regionalistas advindas de fluxos migratórios ou mesmo de grupos identitários urbanos repercutem também seus hábitos em predileções de espécies vegetais, técnicas de plantio, manejo e uso de plantas, seja para fins paisagísticos, alimentares, terapêuticos, espirituais e outros. O reino vegetal transpõe as fronteiras da interação com o ser humano para além da funcionalidade e do cotidiano social, habitando territórios das sensações, do afeto, da memória, da subjetividade, do imaginário.
Junto ao projeto Jardinalidades, o cosmopolitismo do bairro paulistano do Bom Retiro tornou-se fator decisivo para escolha desse ambiente como contexto relacional para a proposta Histórias de um jardim imaginário biodiverso e multicultural. A partir desse lugar pretende-se coletar depoimentos orais sobre a relação das pessoas com as plantas, falas a serem posteriormente re-projetadas no espaço público a partir de dispositivo instalado no coreto central do Parque da Luz, o primeiro parque de São Paulo e também localizado no mesmo bairro. O coreto, no passado usado para diversos tipos de manifestação, inclusive apresentações musicais e de danças típicas de comunidades de imigrantes, é assim reativado em sua dimensão de oralidade e das narrativas comunitárias, reverberando histórias sobre plantas em meio ao belo bosque do entorno e seus frequentadores.
OBS: Intervenção no coreto do Parque da Luz, 17/06, sexta-feira, das 12h às 15h.
Goto (Curitiba)
Artista visual, ativista cultural, pesquisador, crítico, curador e produtor. Atua com diferentes linguagens artísticas e tem trabalhos realizados em espaços abertos da cidade, em circuitos artísticos autônomos e dentro de espaços museológicos e institucionais de arte (Brasil, desde 1991). Coordenador do projeto Circuitos Compartilhados (Brasil, desde 2002) e do projeto de intervenção urbana Galerias Subterrâneas(Curitiba, 2008 e 2009). Mestre em Linguagens Visuais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2004). Especialista em História da Arte do Século XX pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná (2000). Orientador de fluxos do organismo artístico EPA! Expansão Pública do Artista (desde 2001) e membro do coletivo de artistas E/Ou (desde 2005). Textos publicados em livros, revistas, jornais e websites de arte e cultura – no Brasil, EUA e Espanha – com ênfase na autogestão de circuitos artísticos e nas dimensões políticas do trabalho de arte. Membro do Colegiado Setorial de Artes Visuais, instância de representação política do meio artístico junto ao Conselho Nacional de Política Cultural/Ministério da Cultura do Brasil nos períodos de 2005 a 2009 e 2010 a 2012.
Foto: Faetusa Tezelli